O ser humano, quando comemora grandes
conquistas da ciência e da técnica, defronta-se, ao mesmo tempo, com
dificuldades que resultam como efeitos colaterais daqueles sucessos. O
progresso científico e técnico não está sendo acompanhado do desenvolvimento da
consciência acerca do seu verdadeiro destinatário humano e do uso que deve ser
feito das conquistas científicas e técnicas. A criatura parece se voltar contra
o seu criador. Existe um pressentimento desconfortável crescente no sentido de
que ocorram acontecimentos indesejáveis e mais graves dos que já houve no
passado. Simultaneamente ao mau uso da técnica, o mundo sofre outro mal, eticamente
mais grave, que é a injustiça que o
homem pratica contra o próprio homem. Um grande número de seres humanos ainda
não se conscientizou do grave momento histórico e continua a viver como se os
fatos, como o desrespeito à vida humana, a devastação ecológica, a indústria
bélica não fossem os sintomas de um processo destruidor em andamento, de forma
subterrânea, e que, eclodindo, pode ser irreversível. Frente a esta situação,
surgem indagações sobre o valor do ser humano, qual o seu destino, como ele deve
viver e agir para que a humanidade caminhe em direção a um estado de verdadeira
realização.
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