Domingo
do Bom Pastor
Hoje celebramos a festa
do Bom Pastor (4º Domingo da Pascoa). É denominado de Domingo do Bom Pastor
porque nesse dia, exaltamos a Imagem de Cristo como o Bom Pastor. Ele carrega a
ovelha nos ombros, no colo, cura as feridas e a defende do ladrão e do
assaltante. A liturgia deste Domingo nos convida a assumirmos a missão deixada
por Jesus à primeira comunidade cristã. Diante dessa proposta do Redentor, nos
perguntamos: “o que devemos fazer?”. Precisamos assumir nossa responsabilidade
de batizado, sendo pastores. Como disse o Santo Padre ao dirigir-se aos presbíteros:
“Vo-lo peço sede pastores com o ‘cheiro das ovelhas’, (...) pastores no meio do
seu rebanho, e pescadores de homens”[1]. Assim,
realizamos nossa vocação, isto é, fazemos o bem a todas as pessoas, como fez
nosso Senhor e Redentor Jesus Cristo.
São João no seu
evangelho apresenta o Senhor como o Bom Pastor. Esse sentido simbólico só é
entendido se contextualizado. No tempo do Senhor, durante o dia, os rebanhos
eram conduzidos às pastagens. Eram recolhidos em um só redil, à noite. Eram protegidos
por uma cerca, eram vigiadas sempre por um guarda. Ao amanhecer saiam ao ouvir
a voz do pastor, o qual á porta do redil chamava as ovelhas. E essas não hesitavam
em sair porque reconheciam a voz do seu pastor. Além disso, essa figura do
pastor é forte na literatura do antigo testamento. O profeta Ezequiel ressalta
a figura do povo de Israel como a ovelha e Deus como o pastor que cuida e
protege seu rebanho dos perigos, reuni as que são dispersas e as coloca em boas
pastagens. (Ez 34, 11-34) Ao mesmo tempo o profeta sublinha os maus pastores. Esses
não cuidam das ovelhas mais as deixam a mercê dos perigos, abandona-as,
deixando-as como alvo fácil dos “animais selvagens”, por essa razão, são maus
pastores.
O profeta anuncia a
vinda de um bom pastor, o Messias que apascentará Israel, reconduzindo-o a novos
pastos. O que afirmou o profeta se realizou plenamente em Cristo, Jesus. Deus
Pai confiou ao Filho, às ovelhas, para que oferecendo sua vida, o rebanho seja
salvo de todo o mal.
O Senhor é o Bom
Pastor. Ele não é indiferente às ovelhas que estão abatidas. “Ao ver as multidões,
Jesus encheu-se de compaixão por elas porque estavam cansadas e abatidas, como
ovelhas que não tem pastor” (Mt 9,36). Nós pelo batismo nos tornamos
pertencentes ao redil do Senhor, por isso, Ele não nos deixará desorientado,
nos leva aos pastos verdejantes e refaz nossas forças. (Sl 22).
“Eu sou a porta. Se alguém
entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem”. (cf. Jo 10,
9). São João no seu Evangelho usa outro Símbolo para falar da identidade do
Senhor: O Senhor é porta, por ela devemos entrar e se entramos pela porta,
somos verdadeiros pastores. Quem não age assim, são ladroes e assaltantes. “O
ladrão só vem para matar e destruir”. (v.10).
Neste nosso itinerário
rumo a pátria definitiva, nos cansamos, nos afadigamos e precisamos de verdes
pastagens, precisamos refazer nossas forças para podermos continuar o caminho. Por
isso, como ovelhas ouçamos a voz do Senhor. Não confundamos a sua voz com
outras vozes. Aqui nos confrontamos: quais vozes estamos seguindo ? Que tipo de
ovelhas somos? Temos entrado pela porta?
Que a Liturgia da festa
do Bom Pastor nos permita olhar para nós mesmo e não só percebermos a
necessidade, mas também mudarmos verdadeiramente de vida, e abrir as portas de
nosso coração para Cristo, o Bom Pastor. Também que possamos reconhecer que é
por Cristo, a porta que poderemos chegar a verdes pastagens, só Nele podemos
encontrar a paz, a vida. “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em
abundancia”.
[1]
Santa missa crismal. Homilia do Santo Padre Francisco, Basílica Vaticana,
quinta-feira santa, 28 de março de 2013.
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